Sejam prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas.
Mateus 10:16b
Era uma vez uma simples Cidade. Nela não havia grandes construções, nem grandes empresários ou ambições. Não havia carros de luxo, nem mansões. Não foi construída no litoral na areia do mar, mas no interior, em cima de uma pedra.
Aquela simples Cidade era cheia de gente feliz, os meninos soltavam pipas, os adultos conversavam em frente as casas, conversa fiada, dessas sem pretensão, sem obrigação. Na Cidade tinha sorvete de casquinha e balanços feitos de corda nas árvores de sombra.
Há muito tempo na simples Cidade os moradores sofriam de um sério problema de miopia, porém uma oculista chamada Tereza Beleza distribuiu óculos para todos eles, cada um com o seu grau, e então todos passaram a enxergar a beleza das coisas.
Naquela simples Cidade havia tempo. Tempo? Não me diga que não sabe o que é tempo! O tempo é um meio contínuo e indefinido no qual os acontecimentos parecem suceder-se em momentos irreversíveis. Irreversíveis. As pessoas daquela simples Cidade tinham tempo para todas as coisas, tempo para plantar, para colher, tempo para abraçar e para se conter, tempo para chorar e para sorrir, encontravam tempo até para dançar, mesmo que fosse na chuva.
Não viviam com desperdício na simples Cidade, viviam todos os dias sem medo. Um dia fizeram um mutirão, limparam todas as ruas e tiraram tudo aquilo que os fazia tropeçar.
Na simples Cidade habitava um senhor chamado João Gratidão. Ele era o homem mais agradável da vizinhança, todos o queriam por perto, ele conseguia levar alegria ao mais ingrato coração. João Gratidão usava um sapato com cadarços em laço, calças xadrezes, uma gravata borboleta e um perfume sem marca o qual perfumava toda a Cidade chamado gentileza.
Aquela simples Cidade possuía tudo que se precisa para ser feliz, afinal, para abraçar a felicidade não é necessário excessos, mas simplicidade.
Com amor e pelo Amor,
Joicy Vakiuti
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